quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Kick Master - Nes - 1991

Em 1991 o Super Nes ja estava por aí hà quase 1 ano e a guerra entre os dois principais consoles da geração 16 bits - 4a geração como se denominava na época - caminhava para seu ápice. Nesse tempo, entretanto, eu ainda era dono de um dos muitos clones do Nes - um Dynavision III - e apenas. E era com certo desânimo que eu olhava os lançamentos para a plataforma e via que pouca coisa boa estava planejada.
Felizmente, esse console ainda me daria mais uma alegria antes que o meu Mega Drive fosse levado para casa, pois ao ler um artigo sobre o jogo Kick Master da Taito me interessei por ele. As fotos da revista mostravam que os graficos pareciam bons, e os comentarios eram animadores. Acabei, então, comprando um cartucho com esse jogo da marca Turbogame na loja Mappin do centro de São Paulo. Sim, isso faz tempo mesmo :)
Kick Master acabou se provando um dos melhores jogos que joguei na plataforma. Gráficos muito bons para aquela geração, inimigos interessantes, e fases muito bem boladas. A história é aquele mesmo xavão de muitos jogos da epoca... um reino e atacado, uma princesa raptada, e seu heroi tem que ir ao resgate da mocinha. Mas quem é que ligava para isso?
O personagem principal, o Kick Master, é uma especie de lutador de uma arte marcial qualquer que, claro, usa exclusivamente chutes. Ele começa com poucos movimentos, mas com o desenrolar do jogo e conforme o personagem vai aumentando de nivel - um ingrediente emprestado dos RPGs e que adicionou bastante ao jogo - novos golpes se tornam disponiveis. Para completar, ha ainda as magias que vão sendo adquiridas, permitindo ao Kick Master fazer relampagos cairem por toda a tela atingindo todo mundo, recuperar sua energia, ou ate criar asas que lhe permitem voar.
A estetica geral do jogo lembra uma mistura entre Castlevania e Ninja Gaiden, e os chefes de fase sao muito bem feitos. Destaque para um polvo gigante que quase chega ao calibre de um jogo de 16 bits. Alias, é uma pena que este jogo foi quase que totalmente ofuscado exatamente por ter sido lançado para um console da geração anterior; quando todos já estavam com os olhos voltados para a guerra entre Mario e Sonic que se iniciava.
Kick Master foi o ultimo jogo que me fez ligar meu clone de Nes antes de substitui-lo junto a TV pelo meu adorado Mega Drive, mas nao o ultimo jogo que me faria liga-lo. 1993 ainda traria Megaman 6, mas isso ja e assunto para outra conversa.
Um video do jogo:



terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Atari Resgatado

Quanto de nos gamers com 30 anos ou mais nao chegamos a passar horas e horas naqueles joguinhos repetitivos mas ainda assim charmosos do velho Atari 2600. Era quase sempre uma unica fase que se repetia vez apos vez, em nivel crescente de dificuldade. Haviam inclusive lendas a respeito de certos jogos atingirem um final quando o marcador de pontos de muitos jogos atingisse o limite maximo.
Muitos desses jogos marcaram época e as memórias de várias pessoas, e talvez por isso não foi com muita surpresa que acabei encontrando remakes de muitos deles disponivel para download na internet. Uma busca no Google pelos nomes desses jogos acabou me fazendo achar vários deles, aqui listados.

==River Raid==



Foi com certa surpresa que achei ate um site dedicado a este, onde estao centralizados links para downloads de nao apenas um, mas pelo menos dois remakes, sendo um deles 3D. Alem e claro do classicao emulado: www.riverraid.org


==Pac Man==





Este aqui nao e nada dificil achar novas versoes, sendo que uma versao remodelada foi feita pelo criador do jogo original para a Xbox Live recentemente; sendo segundo afirmou-se seu ultimo trabalho antes de aposentar-se do mercado de games. Digitar o nome no www.superdownloads.com.br levara a varios resultados, basta escolher.

==Moon Patrol e Kung Fu Master==





Não, esses dois jogos não tem nada em comum. O no primeiro voce controla um carro lunar que tem que disparar contra todo tipo de oponente sobrevoando voce enquanto desvia de crateras e pedras com pequenos "pulos" que a nave e capaz de dar. Ja no segundo voce controla um lutador de Kung Fu que, com sua variada gama de golpes (soco ou chute apenas :) ) tem que vencer lutadores, atiradores de faca e dragoes para salvar a namorada... vez apos vez e apos vez. A unica razao de eu estar falando deles juntos e que achei remakes para eles num so lugar:

http://www.shinobis-place.de/Page_neu/index.html

==Frostbite==



Jogo classico onde era preciso ir pulando sobre blocos de gelo que eram usados para ir construindo um iglu, enquanto desvia de todo tipo de bichos e criaturas que vem por entre os blocos. O iglu precisa estar completo e voce entrar nele antes do contador decrescente de temperatura atingir 0. E cuidado com o urso!
A pagina para download do remake esta abaixo, mas o link esta quebrado atualmente...

http://www.acoders.com/acsite/viewsoftware.php?id=126#files


==HERO==




Famoso destruidor de controles... quantos de nos que jogamos isso, estimulados pela simulação de inercia que o jogo fazia, nao acabavamos arrancando a alavanca como se fazendo força fosse ajudar a fazer o nosso "heroi" nao dar de cara com uma parede de lava. Bem, talvez agora usando o teclado do computador ou um controle com botao em forma de cruz o risco de dano tenha ficado bem menor :)

Download: http://superdownloads.uol.com.br/download/171/hero

Donkey Kong



Jogo dito como sendo a primeira aparição do Mario, lembro de ter visto uma versao dele, na minha infancia, ate num daqueles raros - e caros - minigames de bolso. Fiquei maravilhado na epoca ao ver aquela tela de LCD monocromatica ainda muito aquem da do primeiro gameboy, mostrando o sujeito quadriculado subindo escadas para salvar a garota do gorila. O cenario era desenhado na propria tela com tinta aparentemente :), mas olha so, eu lembro que aquele modelinha abria mostrando duas telas, isso na decada de 80. Verdadeiro precursos do DS :D
Bem, deixemos minhas lembranças de infancia de lado, aqui vai o link:

http://superdownloads.uol.com.br/download/131/donkey-kong-windows/#

Provavelmente se eu continuasse procurando acharia outros ainda, mas deixemos isso para um outro dia... :)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

World of Goo - Impressões

Cá estou eu escrevendo de novo sobre algo em nada old, mas com um pezinho no old... até porque os proprios criadores deste aqui dizem querer se dedicar a criar games "in the old fashion way".



E me pergunto se em algum momento aqueles brinquedos de montar, que 10 em cada 10 pessoas tiveram em algum momento de sua infância, serviram como fonte de inspiração para este jogo genial, criado por um time de 2 ex-funcionários da Eletronic Arts. Uma coisa engraçada sobre o genero puzzle e como ele foi depreciado de formas diferentes nas duas ultimas gerações de consoles da Nintendo - e quase arrisco dizer das outras fabricantes tambem embora nao o faça por admitir me faltar conhecimento concreto aí. O Gamecube quase não teve puzzles, apenas o Puyo Pop Fever que trazia nada mais que uma repetição de uma fórmula já usada vezes demais; e nem mesmo nisso fazendo bem pois há puyo puyo's infinitamente melhores até na geração 16 bits. Já o Wii está apinhado de puzzles no seu serviço de Wiiware, e os poucos que eu arrisquei ler um pouco mais... me arrependi. Enquanto o Cube teve um so puzzle, e porcaria, o Wiiware faz do gênero um mar de porcaria!
E é nesse contexto que World of Goo se torna uma grata surpresa, consistindo para começar num jogo verdadeiramente inovador. Não, nada de outro clone de Tetris ou o que o valha, aqui voce tem que ficar encaixando as tais Goo Balls de forma a construir estruturas que lhe permitam alcançar um cano sempre posicionado numa area estrategica da fase, por onde um numero mínimo delas precisa escoar. Note-se que quando voce usa uma go ball para formar uma estrutura para alcançar o tal cano, seja uma ponte, uma torre, ou o que for, dependendo do tipo dela ela pode estar perdida para aquela fase, ou seja, essa nao vai mais entrar pelo cano. Mas sacrifique todas elas assim e quem entra pelo cano e você tendo que reiniciar a fase.



E conforme as fases avançam, varios tipos de Goo Balls se tornam disponíveis. Algumas podem ser destacadas de novo e reusadas na montagem de outra parte daquilo que voce estiver construindo, algumas flutuam no ar, algumas podem ser incineradas e algumas até explodem!
Talvez só isto ja servisse para fazer de World of Goo um jogo interessante ainda mais se comparado ao resto do que se vê; mas o ingrediente chave, que o torna verdadeiramente genial, é a competente simulação de física que ele faz. Tente construir as tais torre ou ponte sem a necessária sustentação para ver o que sucede. Vai tudo ao chão, literalmente. Mas o interessante é que não de uma vez, pois as Goo Balls mantém certa elasticidade entre si quando unidas, fazendo com que a coisa penda para um lado, para o outro... pode ser que nem caia, e muitas vezes dá até para usar isso a seu favor encaixando uma Goo Ball no lugar e no momento certo. Isto, adicionado a todo o resto, é o que torna o jogo genial.



O desafio é bem balanceado: há fases que tem o claro papel de tutorial para que o jogador aprenda a usar algum tipo novo de Goo Ball; ha aquelas que parecem impossíveis até que você descubra qual é a "grande sacada" para sair dali facilmente e, assim, se sentir um gênio :) ; e há outras ainda que vão fazer o jogador arrancar os cabelos e soltar xingos a cada vez que testemunhar sua última estratégia literalmente ruir, em tentativas e mais tentativas para alcançar o objetivo daquela fase. Ah... falando em xingos, vi em algum lugar que a versão para PC oferecia, para aqueles que fizeram o preorder, um pacote que trocava os grunhidos das Goo Balls por bem articulados palavrões ao melhor estilo Worms... porem ainda menos educados. Nao procurei outras fontes para saber se isso é fato, até porque eu escolhi a versão de Wii por preferir o Wiimote ao mouse, e jamais esperaria que a Nintendo aprovasse tal conteúdo no console dela.



Não bastasse a diversão pelo jogo em si, World of Goo traz críticas sociais não muito disfarçadas usando temas como cirurgia plástica e uso de combustíveis fósseis apenas para citar exemplos. O visual geral é um pouco infantilizado as vezes, mas não se engane, isto é indubitávelmente um jogo para adultos, tanto pela temática quanto pelo desafio, sendo que este manterá o jogador bem ocupado querendo sempre entrar pelo cano... so para achar o proximo e o proximo e ver aonde irá parar.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A Saga de Um Golfinho

AVISO: o texto esta cheio de spoils. Se voce nao gosta, nem continue lendo.

Nos tempos áureos do Mega Drive, quando boatos começaram a surgir a respeito de um tal "projeto golfinho", acredito que ninguem imaginaria que o que estava vindo era realmente um jogo onde o protagonista fosse de fato um golfinho. Afinal, na época, reinava o paradigma de que personagens de games tinham que ser capaz de dar socos, usar itens, armas, ou alguma coisa capaz de causar dano às ordas de oponentes caracteristicas de quase todo o jogo de aventura / ação na época. Entretanto, 1992 foi marcado por jogos para esse console que procuravam modificar um pouco conceitos que já estavam ficando gastos de tanto serem usados repetidas vezes, e Ecco The Dolphin, lançado em 1992 para o Sega Genesis / Mega Drive com certeza foi uma feliz contribuição a esse propósito.



O início do jogo provavelmente fará algumas pessoas franzir o cenho e exclamar algo como... "mas que coisa mais infantil". Afinal, na primeira fase, conversando com outros golfinhos, o jogador aprende os conceitos básicos de controle do personagem: nadar, alimentar-se, respirar na superfície de tempos em tempos (acho que todo mundo sabe que golfinho não é peixe, certo?). Parece até um jogo feito só para relaxar, casual mesmo, o que é reforçado pelo fundo sonoro marcado por aquele tipo de música calma e tranquila adequado para aulas de meditação. De fato o jogo de verdade só inicia quando você aceita o desafio de um golfinho de saltar para fora da água o mais alto que você puder, pois enquanto faz isso... barulho... tempestade?... o que é isso sugando todo mundo para o céu?....
Ecco é o único que escapa, só sobrando por ali ele e água. Os outros golfinhos, os peixes, tudo foi sugado para alguma coisa no céu. E aquele fundo musical a la ambient? Foi junto ficando agora um fundo musical dramático que dura até o jogador levar o golfinho para a saída da fase. E a partir daí, começa a saga de um golfinho perdido de seu bando para achá-lo novamente... Não, não ria, isto não é um jogo para crianças não.
Ecco não tem nada de infantil por muitos motivos. Primeiro, foi um projeto levado muito a sério pela Sega, contando inclusive com ajuda de oceanógrafos segundo li na extinta revista Videogame naqueles tempos. Segundo, a história é muito mais complexa do que se imagina. Ela começa simplória assim, mas conforme Ecco conversa com outros seres dos oceanos em sua busca por pistas, a trama vai aumentando em complexidade. Ecco irá interagir com as criaturas mais surpreendentes, encontrará Atlântida, viajará no tempo até a pré história, ganhará superpoderes, e perto do fim do jogo irá até mesmo para o espaço. Aliás, o jogo é longuíssimo, eu levei dias e dias para terminá-lo, usando sempre um caderninho para anotar os passwords conforme avançava pelas fases. E por ultimo, o desafio nao tem nada de infantil, as fases o obrigam a solucionar problemas muito bem planejados, e com um nível de dificuldade que se tornaria outra característica notória do jogo. Dá bastante trabalho conseguir chegar à colméia dos Vortex, uma raça alienígena que perdeu a capacidade de produzir sua própria comida e assim, de tempos em tempos, coletam seres vivos da nossa Terra para se alimentar.



== AS MARÉS DO TEMPO ==



Ecco The Dolphin foi de tal forma um sucesso que, 2 anos depois, a continuação viria. Ecco The Dolphin - The Tides of Time, muitas vezes referenciado apenas como Ecco 2, continua de onde o primeiro jogo encerra. Na abertura, vemos desta vez a rainha Vortex seguindo Ecco de volta para a Terra, onde ela inicia uma nova colméia. A primeira providencia da mesma e destruir Asterite, a criatura mais velha do planeta, que foi quem deu a Ecco os poderes para salvar seu bando no primeiro jogo. Como consequência, Ecco que inicia o jogo com todos esses poderes, os perde logo nas primeiras fases. Não muito depois, ele viaja no tempo outra vez, levado para o futuro por um golfinho dessa época. Lá ele encontra um futuro de paz e beleza para a Terra, onde os golfinhos evoluíram e são agora capazes de voar, ainda que caminhos de água "flutuante" liguem os oceanos da Terra. E encontra Asterite novamente, que esclarece que Ecco, quando salvou seu bando no primeiro jogo, dividiu a linha do tempo em duas, fazendo com que a Terra agora possa ter dois possíveis futuros. Um era esse que ele via agora, já outro é um futuro negro criado pelos Vortex que se instalaram na Terra e a dominaram. "Você é a pedra que dividiu a linha do tempo em duas" - Informa Asterite.
Ao retornar, Ecco precisa salvar todo mundo, desta vez Asterite inclusive, e ainda consertar o curso da história, ainda encontrando tempo para salvar alguns bebês Orca perdidos da mãe pelo caminho.



Outra novidade da jogabilidade está na capacidade de Ecco, em algumas fases, de transformar-se em outras formas de vida, como um dos Tubarões que nao cessam de azucrinar nos dois jogos, uma Água Viva, um Pássaro, e até uma larva Vortex!
Depois de arrumar tudo e dar outra surra na rainha Vortex esta... não morre ainda. Ela volta para o estado larvário e sai de fininho. Opa... uma deixa para mais uma continuação? Bem, não nesta linha do tempo :) Isto porque a rainha segue para Atlântida e lá, usa a máquina do Tempo para escapulir. A máquina só é capaz de transportar para o passado, e chegando na Terra pré história, a rainha encontra criaturas que ela é incapaz de controlar. Assim, com o passar das eras, os Vortex acabam integrando o ecosistema da Terra. Para o que eles evoluiram eu não faço idéia, mas se fosse arriscar um palpite, dada a resistência dos bichos, eu chutaria as baratas! :)
Quanto a Ecco, ele é instruído por Asterite a destruir a máquina do tempo Atlantiana. Mas como um bom menino desobediente, ele faz outra coisa... usa-a, desaparecendo nas marés do tempo. Ah, agora sim, a deixa para a continuação?

= Os Herdeiros =

Dois outros jogos baseados nessa franquia ainda foram lançados, mas nenhum deles continua a história de Ecco.
Ecco Jr., lançado para Mega Drive, constitui-se num jogo voltado para crianças. Imitando a mecânica dos clássicos, mas com nível de dificuldade extremamente facilitado, este jogo é claramente e propositadamente voltado para um público bem infantil, ainda que tenha recebido crítica favorável dentro desse contexto.
Já o Dreamcast receberia um Ecco totalmente remodelado... em tudo. Este jogo reinventa a franquia, criando uma historia totalmente nova e em nada relacionada com o Ecco de 16 bits. O time que fez este jogo também não foi o mesmo dos dois primeiros, mas ainda assim trata-se de um jogo feito com competênci e que traz de volta, agora numa perspectiva 3D, muito do desafio e do charme que marcaram seus antecessores no mundo 2D. Se a Sega tivesse continuado a produtora competente de jogos que foi, independente de ter ficado ou não no ramo de consoles; certamente esta teria sido uma daquelas franquias bem sucedidas na conversão para o universo em 3 dimensões, junto com os nomes mais famosos da Nintendo. Infelizmente, porém, nunca mais se veria outro lançamento com o golfinho da Sega.



E falando em ver o golfinho outra vez, que terá acontecido com aquele da saga original? Para onde foi ao usar a máquina do tempo. Bem, desconfio sériamente que a informação de que a máquina transportava apenas para o passado está equivocada, pois de fato é possivel ver esse golfinho nos dias de hoje, futuro para ele :) Ele nada de novo pelos seus dois jogos no Wii Virtual Console, sendo que o primeiro jogo também esta disponivel no Xbox Live. Ah... e adivinha? Ele foi seguido pelo traquinas do "júnior", pois Ecco Jr. também está disponível no Virtual Console.